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Produções audiovisuais de ex-alunos da Unespar são destaques nacionais

Proporcionando formação acadêmica e experiências práticas, a Universidade Estadual do Paraná contribui para a qualificação de profissionais prepar...

03/10/2024 às 09h42
Por: Redação Fonte: Secom Paraná
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Foto: SETI
Foto: SETI

Profissionais ligados à Universidade Estadual do Paraná (Unespar) estão tendo destaque no circuito audivisual nacional. Em agosto, no 52º Festival de Cinema de Gramado – principal premiação do País -, cineasta Adriel Nizer, formado em cinema e audiovisual pela Unespar, conquistou o Troféu Kikito de melhor roteiro, com o curta-metragem “A Casa Amarela”.

Outros dois profissionais relacionados à Unespar estão envolvidos em grandes projetos: o baiano Aly Muritiba, indicado ao Emmy Internacional em 2022 pela série documental “O Caso Evandro”, e o paranaense Bruno Costa, que dirigiu "Mirador" (2021), drama ganhador do prêmio Ibero-American Film Festival Miami 2021. Atualmente os dois cineastas estão à frente da direção da série "Cidade de Deus", da plataforma Max, derivada do filme homônimo lançado em 2002 e amplamente premiado.

Proporcionando formação acadêmica e experiências práticas, a Unespar contribui para a qualificação de profissionais preparados para o mercado da produção cinematográfica e de audiovisual paranaense, que segue a tendência nacional de expansão. A instituição de ensino superior ligada ao Governo do Estado conta com um curso de graduação na modalidade de bacharelado e com um curso de mestrado em nível de pós-graduação na área.

O cineasta Luis Fernando Severo, que integra o corpo docente da instituição, destaca o impacto da graduação na produção do cinema paranaense. “Na criação do curso, o cinema vinha de um período de estagnação, com baixo investimento e pouca renovação de profissionais nas várias áreas”, afirma.

“À medida que as primeiras turmas se formaram, surgiram roteiristas, diretores, fotógrafos, editores e técnicos de som, que supriram uma carência no estado”, salienta o docente, que acumula experiência em mais de 40 filmes premiados no Brasil e no exterior e com mais de 70 prêmios nacionais e internacionais.

Para o diretor e crítico Wellington Sari, egresso da terceira turma do curso, a formação superior integra diferentes perspectivas para pesquisa e o ensino em cinema e o audiovisual. “A influência que o curso da Unespar teve para o cenário paranaense é gigante, uma vez que o curso promoveu o encontro de diversas pessoas, às vezes de outros estados, o que proporcionou essa troca muito interessante”, pontua o profissional, que também é mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Cinema e Artes do Vídeo da Unespar.

NOVOS NOMES– Entre os profissionais graduados mais recentemente pela Unespar, estão nomes que já vêm se destacando no cenário local da produção audiovisual, como Gabriel Borges e Mia Marzy, formados nos anos de 2021 e 2024, respectivamente.

Natural de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, o egresso atua, principalmente, na área de curadoria para festivais, cineclubes e mostras de filmes, como o Festival Internacional de Curitiba Olhar de Cinema, o Festival do Cinema Universitário Brasileiro Metrô, o Festival do Cinema Negro Brasileiro Griô e o Festival de Finos Filmes.

“Cada vez mais, produções regionalizadas surgem em diferentes centros fora do eixo Rio-São Paulo, apoiadas por leis como a Aldir Blanc e a Paulo Gustavo, que visam à capitalização e democratização do acesso. E é fundamental que esses recursos cheguem a outras cidades e centros de produção que antes não eram contemplados”, sinaliza o produtor, que também concluiu o curso de mestrado em cinema e artes do vídeo.

Com dez anos de carreira artística, a atriz e produtora Mia Marzy atua principalmente na produção de filmes de guerrilha, os chamados filmes de curta e longa-metragem com pouco ou nenhum orçamento. De acordo com a egressa da Unespar, a trajetória profissional, aliada à formação acadêmica, proporciona qualificação e novas oportunidades de trabalho.

“Posso dizer que a minha vida profissional mudou muito depois da graduação em cinema e audiovisual da Unespar, pois além do aprendizado teórico, do repertório de filmes e dos exercícios práticos, logo no primeiro semestre da faculdade fui indicada por um professor para participar de uma produção cinematográfica e depois disso muitos outros trabalhos começaram a surgir, frutos desse diálogo na universidade”, explica.

Na filmografia, Mia reúne produções como "Traição Entre Amigas" (2024) e "Doutor Monstro" (2023). Ela também atuou na organização dos eventos de pré-estreia do filme "Estômago 2" (2024), em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo. A produção é uma sequência do aclamado "Estômago" (2007), do diretor paranaense Marcos Jorge.

POLÍTICAS PÚBLICASNo Paraná, o Governo do Estado, por meio da Secretaria da Cultura (Seec), atua para desenvolver políticas públicas relacionadas ao setor do cinema e produção audiovisual. Exemplo desse compromisso governamental, o Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura do Paraná (Profice) assegura isenção fiscal do Imposto sob Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para fomentar a atividade cultural em todo o território paranaense.

Outra política pública é o Programa de Filmagens e Gravações, também chamado de PrFilm Commission, que tem amparo no decreto n.º 3.000/2023 , com o objetivo de promover e apoiar a realização de filmes, séries e outros projetos audiovisuais. A iniciativa oferece apoio logístico na busca por locações e infraestrutura e orienta os produtores sobre incentivos fiscais e financeiros. O programa posiciona o Paraná como um destino atrativo para filmagens, contribuindo para o desenvolvimento do setor audiovisual e a economia criativa.

SETOR PRODUTIVO– O Paraná é um dos estados com mais produtoras de audiovisual, atrás apenas de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo, segundo a Agência Nacional de Cinema (Ancine) e o Sindicato da Indústria Audiovisual do Paraná (Siapar).

Um estudo realizado pelo Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual (Sicav), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), aponta que o setor responde por R$ 27 bilhões do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Das 300 empresas participantes desse levantamento, 15 são do Paraná.

CURSO– Desde a implantação da graduação em cinema e audiovisual, em 2005, a Unespar já formou 240 profissionais, que atuam em diferentes segmentos, como produção, direção, edição e roteirização, com impacto positivo no desenvolvimento do setor produtivo na região Sul e em todo o País. Atualmente, o curso é um dos mais procurados entre as 84 opções ofertadas pela instituição estadual de ensino superior. Até o fim dos anos 1990, quem tinha interesse em estudar a sétima arte contava apenas com cursos livres e disciplinas isoladas em cursos de comunicação social.

O curso também capacita profissionais em conhecimentos técnicos e artísticos específicos, a exemplo de fotógrafos, sonoplastas, animadores, cenógrafos e figurinistas. Durante a trajetória de formação, os alunos são habilitados para a análise e crítica do cinema e do audiovisual, por meio de pesquisa acadêmica nos campos da história, estética, crítica e preservação, com aspectos que envolvem a economia e a política do cinema e do audiovisual.

Acadêmicos da universidade também estão se destacando no campo da escrita: diversos estão participando da Coleção Escrever o Cinema . Em meio aos autores e coordenadores da Coleção, a Unespar tem presença importante e participação direta na produção. Entre os títulos, dois autores são egressos, além de ter na coordenação editorial dois docentes da universidade.

"Brian De Palma / a opacidade mascarada" é do egresso do Mestrado em Artes do Vídeo (PPGCineav) Wellington Sari, e “Ficção Especulativa no Cinema Negro Brasileiro: A estética afrofuturista em curtas-metragens” é da egressa do bacharelado e do Mestrado em Artes do Vídeo (PPGCineav) Kariny Martins. Também pertencem à coleção os títulos "A verdade extática no cinema documentário de Werner Herzog", de Jéssica Frazão e "O cinema disruptivo de Ozualdo Candeias: Morte, desengano e marginalidade", de Sissi Valente.

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