Um projeto de pesquisa sobre inteligência artificial e democratização de acervos museológicos do Paraná está entre 43 projetos indicados em uma premiação do 8º Fórum Permanente de Museus Universitários (FPMU 2025), evento que será realizado no período de 25 a 28 de agosto, em Fortaleza (CE). Ao todo, foram inscritos 168 projetos de todas as regiões do Brasil, nas modalidades Pesquisa, Relato de Experiência, Pôster, Ensaio Fotográfico e Apresentação Artística. O trabalho paranaense concorre com outros 17 na categoria Pesquisa.
O estudo foi desenvolvido no âmbito do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) denominado Conectando Memória e Inovação, que busca digitalizar acervos de museus universitários e centros de documentação vinculados às instituições de ensino superior do Paraná. Usando inteligência artificial (IA), esse Napi pretende contribuir para ampliar a divulgação científica, implementando espaços virtuais de memória para atrair cada vez mais visitantes para os museus.
Alinhado às políticas públicas estaduais, o projeto indicado ao prêmio prioriza a customização de uma plataforma digital unificada, baseada em ferramenta de código aberto e na integração progressiva de recursos de IA para otimizar o tratamento e a disponibilização dos acervos. No Museu Campos Gerais (MCG), ligado à Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), a tecnologia está sendo empregada, combinando processos consolidados de organização de coleções e o desenvolvimento de metadados com as potencialidades da inteligência artificial.
Segundo o diretor do MCG, Niltonci Batista Chaves, o projeto marca uma nova etapa na preservação do patrimônio histórico paranaense. "Esse processo de transformação digital dos acervos universitários alia preservação cultural com tecnologia avançada, qualificando o trabalho das instituições e ampliando o acesso público a esses materiais para pesquisas futuras em diversas áreas do conhecimento", afirma o gestor, que também atua como professor no Departamento de História da UEPG.
A transformação digital, desde a modelagem tridimensional de objetos e transcrição automática de manuscritos históricos, torna os acervos mais acessíveis para consulta pelos diferentes públicos, de curiosos a pesquisadores. A iniciativa paranaense também aborda os desafios das limitações dos algoritmos, assim como a indispensável mediação humana na curadoria digital; e a colaboração interdisciplinar para assegurar a inclusão e o rigor ético no tratamento dos acervos. Essa perspectiva integrada de soluções tecnológicas contribui para a democratização do patrimônio cultural.
Para o assessor da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti), Rene Wagner Ramos, que atua como articulador do Napi Memória e Inovação, a indicação ao prêmio reforça a relevância das políticas públicas para a área. "O reconhecimento nacional demonstra como a articulação entre instituições de ensino, pesquisa e tecnologia pode transformar a gestão do patrimônio cultural, criando novas possibilidades de acesso e interação com nossos acervos sem perder o rigor científico e museológico", salienta.
PARCERIA INSTITUCIONAL– O Napi Memória e Inovação reúne 15 ambientes museológicos no Paraná, ligados às sete universidades estaduais e a duas universidades federais. Além do Museu Campos Gerais, a rede estadual de ensino superior conta com os museus de Ciências Naturais da UEPG, em Ponta Grossa, e da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), em Guarapuava; e os museus de Ciência e Tecnologia de Londrina e Histórico de Londrina, ambos vinculados à Universidade Estadual de Londrina (UEL).
A Universidade Estadual de Maringá (UEM) soma oito museus, que exploram diferentes áreas do conhecimento, promovendo exposições e iniciativas que estimulam a aprendizagem. As universidades estaduais do Oeste do Paraná (Unioeste), do Norte do Paraná (UENP) e do Paraná (Unespar) possuem centros de documentação e também fazem parte do arranjo de pesquisa e inovação, que é liderado pela Fundação Araucária, instituição ligada à Seti com atuação direta no fomento do desenvolvimento científico paranaense. Ao todo, são 44 Napis que abrangem diferentes áreas do conhecimento.
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