As principais ações ambientais aplicadas nos portos paranaenses pela comunidade portuária foram apresentadas no 1º Encontro COP Portos Sustentáveis, realizado nesta terça-feira (15) no Palácio Taguaré – sede administrativa da Portos do Paraná, em Paranaguá. A Portos do Paraná, autoridade portuária no Estado, foi a anfitriã desta que foi a primeira de três edições do evento, promovido pelo Grupo Tribuna, do setor de comunicação, com sede em Santos (SP). Mais de 100 pessoas participaram do debate sobre soluções ambientais voltadas ao setor.
“É um orgulho que o Grupo Tribuna entenda o Paraná como o primeiro lugar para realizar o evento", disse o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, lembrando que o segundo encontro será no Porto de Suape (PE) e o terceiro no de Santos (SP). "O evento permite que o setor portuário tenha oportunidade de propor melhores soluções e práticas para a transição energética”.
“A gente percebe inúmeras iniciativas, não só do governo federal, mas também dos portos do Brasil, e a gente vai direto ao encontro da falta de comunicação entre todos esses projetos. Então, o Grupo Tribuna pode contribuir muito nesse sentido”, enfatizou Maxwell Rodrigues, consultor de assuntos portuários do Grupo Tribuna.
Todas as propostas e compromissos serão levados à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em novembro, em Belém (PA). “Pela sexta vez consecutiva, apresentaremos ao planeta um trabalho de vanguarda e que a ONU reconhece como excelência no setor portuário do planeta”, afirmou o diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná, João Paulo Santana.
A Portos do Paraná é a única empresa portuária do mundo a participar cinco vezes seguidas da Conferência do Clima, a convite da ONU.
O evento contou com a participação de autoridades portuárias de outros estados e representantes da Associação Brasileira das Entidades Portuárias e Hidroviárias (ABEPH), Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Associação Americana de Autoridades Portuárias da América Latina (AAPA Latam), Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) e Ministério de Portos e Aeroportos.
PROJETOS INOVADORES– A programação do evento incluiu quatro palestras sobre temas ambientais que impactam diretamente o setor portuário, conduzidas por profissionais que atuam na comunidade portuária do Porto de Paranaguá.
A primeira foi ministrada pelo gerente de Meio Ambiente da Portos do Paraná, Thales Schwanka, que apresentou os projetos socioambientais realizados pelos portos paranaenses. Em 2024, a empresa pública investiu R$ 35 milhões em programas de meio ambiente e ações socioambientais. Do total, aproximadamente R$ 20 milhões foram aplicados diretamente em prol das comunidades do Litoral.
A coordenadora de ESG da Rocha Terminais Portuários e Logística, Larissa Guimarães, e a analista de sustentabilidade, Maitê Carlim, apresentaram projetos inovadores, com destaque para o sistema Start-Stop. “Implementamos o mesmo sistema utilizado na indústria automotiva, que coloca o carro parado em modo stand-by, economizando combustível. Implementamos o mesmo princípio nos guindastes da nossa operação”, explicou Maitê.
Em seguida, as coordenadoras da Cattalini Terminais Marítimos, Ângela Cristina Bahry e Gabriella Rodrigues da Silva, apresentaram o plano de descarbonização relacionado aos escopos 1 e 2 do Inventário de Gases de Efeito Estufa e boas práticas na parte social, de governança e meio ambiente da empresa.
“Conseguimos reduzir, entre os anos de 2023 e 2024, 17% do índice que correlaciona as emissões do escopo 1 com a movimentação de óleos aquecidos, que hoje representa 95% das emissões de carbono nas operações da Cattalini”, pontuou Gabriella.
Outra iniciativa foi abordada pela coordenadora de Meio Ambiente do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), Eliane Oliveira. Ela falou sobre as principais ações dentre os 60 projetos socioambientais aplicados pela empresa. Um deles é o projeto Troca Solidária, que atua há 10 anos no Litoral paranaense e atende centenas de famílias que trocam materiais recicláveis por produtos alimentícios, de higiene e limpeza em um mercado flutuante.
Também foram apresentadas ações sustentáveis na empresa. “Destacamos também o plano de descarbonização do terminal, entre eles a eletrificação dos três guindastes RTGs dedicados à ferrovia”, comentou Eliane.
AMÉRICA LATINA – O presidente da AAPA Latam, Juan Duarte, levou ao evento as principais iniciativas ambientais na América Latina. “A AAPA Latam promove projetos de descarbonização climática. Atuamos como parceiros estratégicos para fortalecer as capacidades dos portos e das partes interessadas e facilitar a integração, a formação de redes e a troca de conhecimentos entre os diferentes atores em todo o continente”, disse.
Juan também enalteceu a vitória da Portos do Paraná na premiação do Congresso AAPA LATAM 2025 , realizado no Peru. A empresa pública venceu nas categorias “Desempenho e Crescimento Portuário” e “Desenvolvimento Sustentável”. Nesta última, o reconhecimento foi concedido pelo projeto Comunidades Sustentáveis, que leva saneamento básico à Ilha de Eufrasina, na Baía de Paranaguá.
PENSANDO NO FUTURO– Na segunda etapa do evento, o diretor-presidente da Portos do Paraná participou de um painel com o superintendente de Governança, Riscos e Compliance da APS, Claudio Bastos; a chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Portos, Marina Cavalini; a diretora-executiva da ABEPH, Gilmara Temóteo, e o gerente de Relações Institucionais e Governamentais do Porto do Açu, Caio Cunha. O público pôde tirar dúvidas sobre temas focados no ESG portuário.
Após a realização dos três encontros do COP Portos Sustentáveis, uma comissão formada por diversos representantes do setor portuário reunirá as principais propostas sustentáveis para apresentação de uma carta na COP30.
“Além de relatar tudo aquilo que vem sendo feito internamente, a gente também vai apontar as deficiências, aquilo que precisa ser feito. Também abordaremos, principalmente, a regulamentação das políticas públicas que o Brasil já colocou em vigência em 2024 e 2025, para o mercado interno se comunicar com a legislação, inclusive de outros países”, concluiu a advogada especialista em Direito Marítimo e Empresarial, Cristina Wadner.
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